Ronda
Não foi o sol na minha pele, nem o gato e suas garras. Não foi a tarde de sol inesperada, nem o silêncio da rua. Não foi o tempo incoercível nem o carro parado. Não foi a mão de minha mãe pousada em minha testa. Não foi o olhar de meu pai congelado no retrato. Não foi nada. A vida, por si mesma, num mecanismo de roldanas atreladas, achou por bem tornar meus olhos leito de rio e me assemelhou ao que contemplo. Um pouco de tudo está ao alcance dos meus olhos. Só o vento me traz notícias e, em nenhuma delas, teu nome se oculta aos meus sentidos.