Bolinho de chuva


   ​​​​​​Mês de Maio,
   Dia das mães... 
   Como se mãe precisasse de um dia especial para ser lembrada, amada, homenageada.
 

   Com esses pensamentos saltitando em minha mente, quedo-me na varanda olhando ao longe o mar, mar de um verde profundo, tal os olhos daquela que me gerou. 
   Mergulho nesse verde e viajo nas lembranças de um tempo longínquo... tão presente... 
   Lá encontro a mulher radiante que quase nunca parava. 
   Com um lenço na cabeça, agitada por natureza, forte como uma leoa, e mais sábia que os mais letrados mestres. 
   Adepta fervorosa da "psicologia do chinelo" , que aplicava com esmero sempre que achava necessário, afinal criar seis filhos sozinha requer atitude severa. 
   E tinha poderes mágicos... 
   Ah como tinha... 
   Bastava um pouco de trigo, algumas colheres de açúcar, um ovo, uma banana cortada em pedacinhos, uma colherinha de fermento em pó, um pouco de água... e ABRACADABRA... Lá estavam os mais deliciosos bolinhos de chuva que jamais experimentei. 
   E para torná-los melhores ainda, por cima uma mistura cheirosa de açúcar e canela. 
   Inigualáveis, 
   Inesquecíveis... 
   Algo tão simples e sem segredos, mas que carrego como um tesouro, uma das mais belas e saborosas lembranças da minha infância. 
   Hoje, e todos os dias, sinto muita falta dos seus bolinhos, saudades de você, MÃE.  


                                            Bebel Lima 





 
Bebel Lima
Enviado por Bebel Lima em 10/05/2020
Código do texto: T6942870
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