ESCRITO 4

Hoje eu acordei mais cansado que sozinho...

Em um papel sobre a mesa eu li o seu nome. Rasgado. Amassado.

Como a vida em desalinho.

Ao fim de tudo ficou o teu nome.

Como sonhos que se perdem em labirintos construídos para nos confundir. Eu me dispo de tudo que há de ti em mim.

É preciso amar.

Amar para não enlouquecer.

Um outro talvez possa dissolver em mim o que há de ti.

Seu cheiro. Seu corpo. Sua voz.

E nesse desencontro em que me vejo, torno-me o outro para poder saciar em mim o teu prazer.

Como velhas músicas que me marcaram profundamente.

São cicatrizes soltas em meu corpo que remoem moinhos fragmentados do que fomos nós.

Tudo é assim. Transparente.

Meio difuso no sabor da carne que era tua.

Minha. Nossos sonhos... Nosso amor.

É difícil terminar assim.

Sem tempo para despedidas.

Um abraço. Nada.

Nem mesmo a voz que mente ao dizer coisas que só o coração pode entender.

Palavras. Fim.

ginaldo
Enviado por ginaldo em 03/06/2020
Código do texto: T6967071
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