ESCRITO 4
Hoje eu acordei mais cansado que sozinho...
Em um papel sobre a mesa eu li o seu nome. Rasgado. Amassado.
Como a vida em desalinho.
Ao fim de tudo ficou o teu nome.
Como sonhos que se perdem em labirintos construídos para nos confundir. Eu me dispo de tudo que há de ti em mim.
É preciso amar.
Amar para não enlouquecer.
Um outro talvez possa dissolver em mim o que há de ti.
Seu cheiro. Seu corpo. Sua voz.
E nesse desencontro em que me vejo, torno-me o outro para poder saciar em mim o teu prazer.
Como velhas músicas que me marcaram profundamente.
São cicatrizes soltas em meu corpo que remoem moinhos fragmentados do que fomos nós.
Tudo é assim. Transparente.
Meio difuso no sabor da carne que era tua.
Minha. Nossos sonhos... Nosso amor.
É difícil terminar assim.
Sem tempo para despedidas.
Um abraço. Nada.
Nem mesmo a voz que mente ao dizer coisas que só o coração pode entender.
Palavras. Fim.