MÁSCARAS

Só vejo teus olhos por detrás das máscaras.

Onde está teu sorriso, teu semblante

Não vejo teus lábios, carnudos insinuantes.

Já não desfruto o desejo dos teus beijos.

Olho-me no espelho, mal reconheço minha fronte.

Tudo desapareceu como por encanto.

O medo, a angustia, invadiram o mundo

Nivelaram-se as faces, transbordaram-se os prantos.

Afastaram-nos uns dos outros pela invisível força do mal.

Por onde ondas... oh! amor de tantos?

Agora o que nos resta fazer nesse universo fecundo?

A quem destinar nossa volúpia,

Nossa inveja, nosso egoísmo imundo?

Aos milhares de irmãos que se foram sem velas?

Ou aos que ainda restam contemplando as estrelas?

Caíram-se as máscaras...

AGOOLIVEIRA
Enviado por AGOOLIVEIRA em 17/06/2020
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