A criança menina.

Passou o dia da criança, mas de súbito me veio a inspiração de escrever sobre as crianças meninas.
Escrevi em outro texto que toda a menina já nasce marcada na maternidade, nem ainda sabe de si e tem as orelhas furadas para ficar enfeitada. Depois na falta de cabelinhos, lacinhos são colados com cola especial para que ninguém a confunda com um menino, como se bebês já tivessem alguma sexualidade a ser diferenciada.
A menina ao nascer traz nas costas o peso da sua ancestralidade, com todos os seus mitos e formas de cerceamento de suas liberdades.
Também sem ser consultada lhe oferecem bonecas e brinquedos de casinha ou coisa parecida.
A menina ao nascer carrega no útero infantil os óvulos de sua descendência, outra responsabilidade que cedo será incutida em sua cabecinha que só quer brincar e se divertir, de forma sempre como brincadeira, é claro. Aos meninos a exploração do mundo, às meninas a restrição do lar.
Mudou? Começou uma mudança muito leve e ferozmente contestada não apenas pelos machistas mas também por algumas mulheres normalmente mais velhas que foram e são machistas, em nada ajudando a libertação das meninas das amarras a que são destinadas ao nascer. Simplesmente por serem meninas.
Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 14/10/2020
Código do texto: T7087475
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