A escrava

Um Almoçou

O outro fez a barba

E se findou

Não há do que reclamar

Ela é braba

E pra acalmar

Está a cochichar.

Observo com furor

Aquela cena descontente

Quem sabe o horror

De sentir a dor de dente

A sujeira é pra mim

Como toda vez

No fim,

Quem sou eu?

A perdiz

A gata

A borralheira

A arrumadeira.

Nessa trama bem estranha

De um ser pior ainda

Tenho dó de mim mesma

Fanha e mal querida.

Que bom esquecida,

No meio dessa gentalhada.

Dos sentidos da loucura

Sou apenas a serviçal

A cara de pura

E me acham infernal.

Nada faço para isso

Apenas observo o ocorrido

Seja aquilo ou disso

Eu relato o acontecido.

Quem mandam me dá o que falar

Vulgo a escrever

O meu dedilhar

É por puro prazer.

Ser escreva da poesia

Antes fosse, pra isto

Não é fantasia

É risco.