Coração alcoviteiro.
A solidão alcoviteira
Estende seu manto
Entre amores frívolos e curtos.
Eu, sem glória e sem vintém
Costuro os meus retalhos
A tudo que me convém.
Polido pelo vício
Acomodatício e fácil
Vagabundo e sem idade
Dar-te-ei os meus pródigos braços.
Em tua escuridão propícia aos furtos
A lua não nasceu...
Propinando nas trevas
A instintiva fúria!
Choras de saudade
Na mágoa exposta, do sonho que passou.
Eu, te trago claridade
Na ingenuidade
E o gosto de buscar a dor.
Ela é de dois...
Enlaça pela metade
Na volúpia estéril de todo amor
A procura da eternidade.
Sorrio aqui a ti, sem lei!
Onde se esquecerás só por um minuto
A escuridão que te abateu.
A despojada fosforescência instintiva
Da fonte de cale frio de teus olhos tristes
Que me enfeitiçou.
[Apenas te digo, vou lutar]
Fernando A. Troncoso Rocha.