Ângela.

Transeunte da vida

Esboço do anjo embuçado...

Com teu nome, escreves ao vento

Luzindo ao véu que afeiçoa.

Maravilho-me, ao coração que esta seco.

O belo, eu não o viria...

Mas a beleza silenciosa absorveu-me

Ao descampado deserto que construíste.

Não te lamento não

Pois és arquiteta de tua dor

Grosseira e fútil.

Vestes a túnica feita de sonho e desgraça

No oráculo envolto de tua dor.

Transforma-se em uma vampira

Dolorosa que passa

No sonho de alguma desgraça.

Agrupa sua sede

Indiferente a sua avidez...

Ela,

suga o amor, suga a vida...

Mas na dor, ela suga o crepúsculo dos nascidos.

Da alma dos nascidos

Sua dor é finita

No orvalho da noite

Lacrimejante da madrugada.

Ela,

doce negro puro de sua ânsia

Que revitaliza sua alma

No mundo dos amaldiçoados.

Fernando A. Troncoso Rocha.