REMINISCÊNCIAS

Analisando a vida que se fez pra mim, vou buscando nos recônditos mais secretos do meu ser, momentos vividos, entes amados que partiram para sempre e questiono o misterioso sopro da vida, onde foi que me perdi do meu eu? Em que lugar está escondida minha criança interior? Qual espelho reflete minha face verdadeira?

Uma saudade pungente toma espaço no meu coração, antes ocupado pela esperança, saudade de uma ingenuidade e de uma pureza que desconhecia a maldade e não entendia a dor da perda, cresci e vi pessoas que me eram caras indo embora pelos portais do tempo e do espaço, revi lágrimas derramadas, lembrei do colo do pai, do carinho e do afago dos avós, amores de alma e coração presentes agora dentro de mim e das minhas doces lembranças.

O tempo passou e a adulta que hoje sou, reclama a criança que fui e que se escondeu em algum lugar do meu íntimo, a criança que sorrir com prazer sem medo de viver, aquela que trás no coração e na alma as recordações dos amores fraternos, da vivência com tudo que lhe foi querido, sem pensar no tempo, "implacável senhor", nem na maldade humana.

Chora minha criança, se revela para mim, trás de volta meus sonhos infantis, a crença no ser humano e a certeza de um amanhã mais justo, amoroso, fraterno e sobretudo Cristão.

(Angélica Silva Santos)