Versos de luta não são contos de fadas.

Art. 5º

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Nosso corpo é resistência, não objeto.

Nossa fala é direito, não silêncio.

Nossa vida tem valor e destemor.

Nossa luta é constante com vigor.

Desde cedo aprendemos nos contos de fadas

Que mulheres devem ser delicadas

Eu nunca acreditei em final feliz

A vida exige experiência para qualquer aprendiz

Nasci mulher, tenho orgulho da minha face

Não sou igual Cinderella com sua vaidade

Cresci jogando bola na rua

Escalando árvores no parque

Nem por isso rompi com minha identidade.

Minhas vontades sou eu quem dito

E lhe digo: “sou sim, dona do meu próprio umbigo”

Os costumes antigos que fiquem pra história

Hoje muitas mulheres querem mudanças e reviravolta

Direito ao trabalho já foi conquistado

Agora só falta mudar a diferença no salário

As vozes não calam, a luta é brava

Em meus sonhos vejo mulheres com garras

E não princesas em contos de fada.

Sem estética, estrutura ou padrão

Cada mulher se constrói com as suas próprias mãos

Não queira romantizar a figura da mulher

Já que no cenário atual ela sai da cozinha

Pra ser quem ela quiser

A mulher é quem tece a sua identidade

E se algum dia alguma lhe disser “Não”

Respeite a sua vontade

Toda pessoa tem direito à liberdade

Nossos direitos estão na constituição

Eu tenho sim a liberdade de dizer “Não”

Eu sei que as leis não são vãs

Por isso a luta deve persistir

E por aquelas que ainda não sabem

Meus versos vão existir

Iremos resistir a qualquer repressão

Mulher, você não está sozinha

Vamos todas dar as mãos.

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 04/03/2021
Código do texto: T7198000
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