PROFUNDAMENTE
 
Tento ver e sentir tudo pela manhã, numa escada de pensamentos, encostado na imaginação, até que, vejo-me subir degraus por nuvens espessas de um feixe de luz que logo tropeço nos gargalos dos impedimentos. Folhas amareladas caem de uma castanhola em queda livre e ao chão se deitam no uniforme tapete da existência. A passarinhada de poetas começam a pousar na árvore telegrafando o sumo bem do alto divino, aos humanos. Os rumores da brisa trazem saudades de lembranças rasgadas da irmandade, cujas vozes se extinguem no eterno silêncio. No jardim, as plantas multicolor saúdam e necessitam de comunhão, buscando certamente, implantar novas sementes, para rejubilar a vida. Frutos verdes são paridos nos galhos das árvores para haver amor maior nesse mundo de desencontros. No mais tardar, as nuvens gritam, a chuva cai, a tarde embaça o espaço translúcido, o arco íris resplandece nas sobrinhas dos transeuntes e nos sorrisos sempre alegres dos rostos dos automóveis. Uma rede de emoção é lançada no temporal e pesco amorosidade nas pessoas em pausa com suas prosas, onde há sonhos, fantasias, esperanças. Alguns sorrisos inebriantes fazem fagulha de vida, e de repente, caminham pelos céus e se transformam em amor ardente, havendo o primeiro encontro em cada esquina. É nesse momento inesperado que a vida nos afeiçoa, dando luz a todo vão de sentimento que goteja e acalenta felicidade. Cai a noite. O vento grita pela noite úmida, mas nada exprime a longa voz do vento no ermo da noite que repousa. Por nada evito, de noite, pensamento de dor, porque o sabor da flor da noite é como um chocolate degustado na boca dos sonhos, só há alento a deslizar nesse trilho quando te vejo baixando a terra. Ó noite linda!