Maria
Me diz, quando você volta?
Ando perdida sem teus braços
Sem tuas mãos, sem teus cuidados
E as palavras que só você poderia dizer
Volta logo, porque ninguém
sabe como é a minha personalidade
Pela frente e por dentro e por todos os ângulos
Ninguém sabe mais sobre mim
Muitos me viram
Mas só você me enxergou com esses olhos...
Olhos de mãe.
Poxa, mãe, você me deixou tão de repente
Você não ensinou pra ninguém como cuidar de mim
Não ensinou a ninguém a comer hambúrguer com batatas
ao invés de jantar,
E nem me entender, e me dizer que tá tudo bem
ser daquele jeito, "eu também era!"
Não ensinou a ouvir as músicas que você gostava - e que eu gostava também
Não disse a ninguém o que só você sabia, não passou a ninguém a paz que só com você eu sentia
Mesmo frágil, você me acolheu,
Mais do que poderia imaginar
Mas se foi tão de repente... não deu tempo
Não deu tempo de ensinar, mãe, as coisas que você fazia tão bem
Mesmo sem saber
Agora, só me restam
Lembranças... dos seus cabelos loiros, que eu mesma ajeitei
Das unhas pequenas, que você passava longas tardes esmaltando
Do visual atrevido e elegante, que você sempre ostentava,
Do sorriso fácil
Da sua mente à frente do seu tempo
Do seu cheiro doce, que confortava meus medos
Do seu jeito torto e errado, mas tão perfeito, de ser mãe.
Quem, mãe,
Quem vai entender essa guria como você entendia?
Acho que ninguém.
Por isso, pergunto sempre
Quando você volta?
Ou será que você sempre esteve aqui?
Só nunca se esqueça de mim.
Te amo...
... até o infinito,
e além!