*_ CASA DE BARRO...

Vaguei por incontáveis nascimentos.
Buscando sem encontrar o construtor
desta casa.

Andei viajando um pouco e vi muitos
mortais abaixo e também superiores a
mim.

É doloroso nascer tantas vezes.
Me entendes agora construtor de
casas?

Não mais erguerás esta casa
como ela foste, mas fará outra melhor...

Todos os caibros do meu telhado estão
despedaçados.
Minha viga mestra se rompeu.

Sou projeto de lama que ao pó tornarei...
Coração de barro eu sou...
Minha alma é devorada por seu amor,
pela via dolorosa até o calvário onde
foste também pregado a casa do teu
Filho...

Silêncio no jardim...
silêncio no vento...

Digo: Vós que conheceis o preço do
tempo, acaso me facilitaria um facho
da verdade para que eu reconheça a
rota que me faria a alma gravitar ao
teu redor?

É doloroso nascer tantas vezes,
construindo casas para minha alma...