Devaneios de seu próprio ver

Por qual motivo te atormentas?

Pela vida que não é vida?

São os preços que são mostrados?

Ou são as rugas imaginárias?

Se reconheces seus passos,

Se verifica seus marasmos,

Se pondera seus anseios

Levanta-te e vá.

Lá no meio dos mesmos morros,

Bem na paz de seus cansaços,

Ruminam os mesmos sonhos,

E flertam com o mesmo acaso.

Vende a prata e a moeda,

Troca os fios por platina

Verifica o tempo seco

E percebe monotonia.

Mas se cresce se deleita,

Não se esquiva sua memória,

E das sempre mesmas letras,

Que se lembra das mesmas prosas.

Não é o velho calado,

E nem mesmo a sabatina

Não reconhece o passado

Pois dele nem mais se esquiva.

Por qual motivo te atormentas?

Pelas palavras que não são ditas?

Com o brincar dos seus pequenos?

Ou pela quietude de sua premissa?

Se enxerga sua cegueira,

E se abre os seus ouvidos,

Recupera o objetivo.

Atentem-se e vê.

Pois se por hora não tem sono,

E não pretende descansar,

Se esquive do abismo,

Coloque-se em seu próprio par.

Por qual motivo te atormentas?

Pelo tamanho de sua glória?

Pelos achismos de seu clã?

Ou por sua inatividade?

Se reconheces seus dizeres,

Se escuta seus próprios gritos,

E entende seu "necessário",

Mova-se e faça.

Claudemir Evangelista
Enviado por Claudemir Evangelista em 09/09/2021
Código do texto: T7338886
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.