Ilhado

Ilhado

As vozes que ouço ao meu redor não me dizem nada, parecem ser ditas em alguma língua incompreensível e sem possibilidade de interpretação.

Os olhos que me fitam não possuem qualquer expressão conhecida ou amigável, são vazios,opacos , meramente funcionais.

Pessoas robotizadas passam por todos os lados, isoladas em seus mundinhos próprios e presas em suas prisões imaginárias e em seu "Modos operandi".

Aqui não há poesia. Ela foi semeada, mas o terreno estéril e as tempestades de irracionalidade não deixaram-na vingar.

Meus olhos vagueiam buscando um simples resquício de luz , mas só se deparam com a escuridão profunda , com o vácuo ...

O tempo se arrasta numa espécie de ampulheta de mão dupla, parece oscilar e preguiçoso decide a cada átimo se deve prosseguir ou não ...

Eu luto,reluto, faço rimas imaginárias e crio ambrosia de água mineral, recito Neruda e vagueio pelos labirintos infinitos da minha mente. Colho rosas púrpuras isoladas e solitárias em busca de um bouquet para você.

Aproxima-se nosso encontro e a luz se fará presente, como se o Universo se abrisse ante a dois sóis azuis e se banhasse em seus raios dourados.

Obrigado por você existir e por me fazer sonhar.

Tudo mais que eu disser torna-se repetitivo, embora a cada nova declaração os sentimentos envolvidos estejam mais fortes.

Milady, você é simplesmente tudo.

Leonardo Andrade