Eu ouço algumas pessoas dizerem que gostariam de ter a mentalidade atual e a idade de outrora.

No meu caso, eu era uma pessoa que acreditava piamente, no ser humano. Principalmente, naqueles que faziam parte, direta ou indiretamente, de minha vida. Quando descobri que vivia cercada de pessoas irreais, eu fiquei arrasada. Quase me perdi de mim mesma. Como pude me deixar enganar durante tantos anos, era a pergunta que martelava minha mente. 

Pelo fato de, o tempo colocar os pensamentos, os sentimentos e as emoções em seus devidos lugares, eu me encontrei na satisfação de que apesar de tudo, minha vida era real, porque eu acreditava nela. Abandonando, então, o sofrimento, que havia passado a ser minha dolorosa companhia. O fato de eu ter sido enganada, não quer dizer que eu vivi uma mentira e sim que eu vivi com mentirosos. E por acreditar, naqueles que me cercavam, eu vivi em harmonia; em plenitude. 

O que realmente se torna doloroso é que não se pode voltar a acreditar, naquelas pessoas desleais, que eram importantes à minha alma e ao meu coração.  Mudar o que se sente, em relação àquela ilusão e torná-la em realidade, é a profunda questão. 
A vida é mais interessante, quando se enxerga somente com o coração. Quando a razão passa a fazer parte do aprendizado, dos longos anos de vivência, muita coisa vai sendo obrigada a ser largada pelos caminhos. O difícil é perceber que essas coisas não fazem falta. Principalmente, se há o entendimento de que a própria companhia é o bem mais valioso, que se conquista ao longo da vida. Creio eu, que esse é o verdadeiro amor que se possa sentir por si mesmo. Reconhecer que foi bom ter vivido com aquela mentalidade da ilusão e ter, finalmente, encontrado o equilíbrio. 


 

Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 04/01/2022
Reeditado em 17/01/2022
Código do texto: T7421717
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