Ah!Poderia Ser Pior!

Como seria cruel a vida, se não tivesse dado conta de viver comigo dentro do corpo.

Quando respiro, ao expirar, sento junto com o exaurimento do ar.

Aquilo que Eu Sou, acomoda no interior, de modo que não existe nenhuma fresta, vesga, brecha para desconfortos.

Não que eu arrume o assento, mas o fenômeno da naturalidade do rejunte se apresenta.

Respiro junto comigo, mesmo que o drama da existência continue, vejo tudo com parcimônia.

Foi resolvido internamente o desespero de ser gente.

E nestes dias, tenho convivido com muitas tralhas produzidas pela mente que porto, danificando as condições para o estar, levando o ser a picos de ansiedade e insegurança.

Quando tudo parece tempestade, aquieto logo o barco com o simples ato de respirar, tomando a atenção da direção.

Parece poesia...mas é como se Ele, o Eu que me dá casa, vai desacelerando a inconstância do percurso, e tudo volta ao estado estático de antes.

Vejo o barco e as ondas do mar indo se ajeitando, até que Eu e o oceano somos Um.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 18/01/2022
Reeditado em 18/01/2022
Código do texto: T7431943
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