Dias e noites

E quando das tiras de arrebol deixadas no céu, começam a saltar estrelas tímidas, é como se fossem diamantes caindo entre os dedos da tarde, pela cegueira que a noite vai causando lentamente nas vastidões dos ares.

E então os silêncios se espalham pelos campos, enquanto que os barulhos se amontoam nas cidades cheias de pressa. Os temores dispensam as calmarias e amordaçam as gentilezas criando as indiferenças. Fica parecendo total egoísmo do ser, quando na maior parte, é apenas regresso para o aconchego do lar.

E as estradas e ruas carregam viagens nos ombros. Das sobras do dia, o cansaço é osso deixado no fundo do prato e no raso dos braços.

E das janelas entreabertas das casas, as brisas contam frescores da noite, para o agasalho das paredes internas que envolvem famílias em proteção e zelo.

E assim as navegações das horas cruzam madrugadas nos mares de sonhos e pesadelos. As desigualdades sociais congratulam o luxo e o lixo.

E ao serem rasgadas, madrugadas ficam na espera do dia vir com seu cesto de sol, colher os diamantes espalhados no chão dos céus. Ciclos repetitivos.

Takinho
Enviado por Takinho em 25/01/2022
Reeditado em 28/12/2023
Código do texto: T7437150
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