Imaginar e Viver

Na minha mocidade imaginei como seria minha vida.

Imaginava que viver era ser livre. Estava equivocado, pois vivo preso na minha angústia.

Imaginava que ter o maior número de amigos era necessário. Estava equivocado. De que adianta ter vários amigos se só posso contar com aqueles que são fieis nos momentos da minha angustia.

Imaginava que teria que lutar para me manter vivo. Estava equivocado. Não é com lutas ou com guerras que se mantém vivo e sim pregando a paz.

Imaginava que o tempo curaria feridas. Estava equivocado. Feridas abertas não se curam, a gente apenas esquece momentaneamente que elas existem.

Imaginava que a mágoa passava com o tempo. Estava equivocado. Só passa se houver perdão sincero.

Imaginava que a decepção não matava. Estava equivocado. Não mata o ser humano, mas mata nossos sonhos.

Imaginava que os verdadeiros amigos permanecem. Estava equivocado. Nem sei quem são meus amigos. Só sei quem são os mais presentes na minha vida.

Imaginava que a dor fortalecia o homem. Estava enganado. A dor nos leva a Deus que nos fortalece.

Imaginava que sonhar não era fantasiar. Estava equivocado. O sonho é uma fantasia que pode transformar-se em realidade, basta transformá-lo em meta.

Durante minha vida imaginei tantas coisas e me decepcionei com várias delas.

Agora que estou velho não imagino mais nada, mas tenho certeza que a beleza da vida não está nas coisas que vemos, e sim no que sentimos.

Que o segredo da vida é vivê-la.