Entre a Tristeza e a Derrota

ENTRE A TRISTEZA E A DERROTA

Prosa por Antiácido Corrosivo

O que existe de fato? Somente o Óbvio.

Há 2 grandes momentos

que passam, vêm e vão.

Tempo que passa correndo,

em um tolo e fugaz devaneio.

Poderia dizer qualquer um:

São importantes?

Mas o que importa?

Tudo repete, nada renova.

Realidade morta, flácida e frígida

É o que nos faz tão especiais?

Angústia que nos corrói.

Acidez inexorável. Dor implacável.

Dúvida intrínseca. Medo Absurdo.

Estamos vivos? Acho que não.

Poderíamos Ser muito mais...

O Nascimento é uma Tristeza:

Ninguém nasce Sorrindo.

Sofrimento incalculável!

A partir dali já é sabido

que nada bom está por vir.

Política, religião, trabalho,

economia, sociedade, mercado

Nos implantam múltiplas coisas

empacotam razão e emoção

e rechaçam a única coisa

que realmente temos: O Vazio

este que amedronta,

mas também liberta

Tanto sentido implantado

Mas nenhum Significado obtido

e assim simplesmente existimos

Isso quando não vegetamos

A Morte é uma Derrota:

É o fim e o presságio.

Desfiladeiro morro a baixo

O fim desmedido que nos espera

em cada esquina, canto, fresta, muro e telhado.

O que temos de mais Democrático

Final, desfecho, suspiro

o desvanescer da evanescência

que tudo esvai.

Nossa última palavra

que nos puxa para baixo

não importa o que somos ou fazemos.

Mas ao mesmo tempo

é tudo o que possuímos,

e, juntamente com trabalho e boletos,

é a única certeza que temos.

O que existe entre uma coisa e a outra?

Tudo o que se passa e se experimenta.

Tudo o que construímos e legamos.

É a Jornada, o Caminho

que define cada um de nós.

Passamos a vida inteira bobagentos

apenas para sermos constantes.

Se houver uma imortalidade

por continuação, retorno ou ressurreição

ela só pode ser especulada no Abstrato

que talvez não possua sentido algum.

O que vivemos em meio a isso

é o que se pode chamar de VIDA.

Então que a própria VIDA seja

nosso Testamento e Evangelho.

E já que não há nada a fazer,

Que nos responsabilizemos então

E cuidemos das nossas Vidas.

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