Longe demais para saber

Por detrás dos ombros do crepúsculo, de alturas impossíveis, devagar descem as madeixas negras da noite e tocam todos os lugares. É um belo penteado de mistérios com longos fios de silêncio, obrigando os gritos das luzes em todas as cidades. O universo é mesmo uma infinda quietude seguro pelas mãos de Deus, mesmo com todos seus movimentos constantes. Tudo está no seu devido lugar.

Estrelas luzem em eternos romances abraçadas pela ardência dos sóis mesmo em distâncias imensas.

Nos seres os sentimentos cintilam pelas brechas das saudades e das esperanças. Ambas têm curvas sinuosas, mas seguem paralelamente, como duas avenidas nomeadas de passado e futuro. Imagens gravadas e sonhos. O presente é canteiro central, que deve ser cuidado com todo zelo, pois é ele o momento certo e o que se tem nele é exatamente o que se chama viver, pois vida são versos espalhados misteriosamente por Deus, para que sejamos poesia em todo tempo e lugar na concretude de nós mesmos, conciliada com as abstrações da essência em progressão, porque ela é eterna aprendiz.

Alonga-se a noite pelos caminhos indefinidos... E a madrugada é solidão pendurada nas portas e janelas trancadas das casas e nos cansaços que se minguam na serenidade do sono das pessoas.

O tempo é viagem sem passageiro pelos ocasos e alvoradas do que se define como longe demais para saber.

Takinho
Enviado por Takinho em 07/10/2022
Reeditado em 29/12/2023
Código do texto: T7622580
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