Fiquei Assim
Nunca, como agora, o silêncio me superabundou, fazendo de mim serva, impondo-me introspecção.
Rastejo com meu ser em meio às palavras mortificada, asas enfraquecidas diante dos acontecimentos.
Chego a ser rondada pela inveja ao avistar as certezas. E eu, tão estéril de prognósticos e diagnósticos.
O que me tem salvo é o que me acompanha no que me resta de dignidade ao ser humana num corpo decadente, numa civilização decadente.
É o Amor Divino que me umidificou por dentro, encharcando a vontade que vivia ígnea de ir embora na mente que porto, abrandando e aquietando as loucuras que viviam imanentes, as velhas certezas que me polarizava.
Acalma-me quando aprecio a beleza sem palavras de minha filha, o cachorrinho da casa dormindo, regando as flores do jardim de casa
Vive em mim um lado aguerrido manco, que desistiu dos armamentos de guerra, usados em vidas.
Aquietou o ímpeto para impulsionar passos para estar a convencer com conjecturas.
Ó, Sol imperial que nos capitaneia!
Nutre as águas de estab
ilidade, continue a saciar m 'alma do estar da bem aventurança.
Ó, Sol que domina o Caos, tudo imanta e irmana! amálgama que mantém a estabilidade e funcionamento dos elementos, permita-me continuar junto à Fonte Imorredoura, manancial todo penetrante.
Água da vida!! Aquela que saciará a Alma da sede de vida. Aquela que alcançar, pelos próprios esforços, a libertação do materialismo infernal dos mundos.
Que eu continue sendo saciada por ela.
E o Sol Divino, que me conduza ao morrer de sede por ela todos os dias.
Viva à vida!