Caixa de bombons

Todos querem mais espaço em suas caixas de bombons. Mais espaço para bombons de avelã, banana, côco, amendoim, chocolate ao leite, chocolate amargo. Porém a desculpa é sempre a mesma.

"Não tenho espaço"

Então, num acesso de loucura, eles abrem a caixa e derramam todos os bombons. Tentam reorganizar a caixa. Colocam os de morango, pois não querem abrir mão da doçura deles. Colocam os crocantes, porque apesar da dureza, é uma dureza deliciosa. Colocam os de chocolate ao leite, pois não abririam mão de nada por eles.

E quando a caixa parece cheia, eles tentam colocar os de amendoim. Porém, não é possível fechar a caixa com ele. Sempre tem um elemento a mais que impede a caixa de fechar. E pra que ela feche, é necessário retirar o bombom à mais.

E assim, retiramos os bombons em excesso. Bombons que esperamos tanto pra colocar em nossas caixas, foram jogados de lado. Continuamos nossa vida sem eles.

Algo acontece, porém. Percebemos que certos bombons não são tão deliciosos assim. Alguns são bons, mas estamos dispostos a trocá-los por outros. E certos bombons nunca foram apetitosos. Deixávamos em nossas caixas por vários motivos: Porque falavam que eles eram apetitosos e acreditamos fielmente nestas pessoas, sem questionarem suas palavras; porque nos "sentiríamos bem e melhores" com esses bombons nas nossas caixas; porque temos medo de adotar outros bombons em nossas caixas.

No fim das contas, descartamos esses bombons. E adotamos aqueles que sempre queríamos adotar. Mudamos nossos gostos. Nossas caixas. Nossas vidas.

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 28/11/2022
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