O que faria?

Se dessem para mim a batuta de um mestre. Aquela que dominasse as direções do vento, de modo que, somente a vontade que me move, fosse soberana.

Estivesse naquele local onde vive o mago, o alquimista, o que está prestes a entrar no nirvana.

Como me comportaria?

Ah, imagine! De posse do poder, da vontade soberana! Quando o rasgo do parto de mim me ejetasse para um novo local na consciência maior, revelando-me quão perto estava, e não despertada para o passo que me levaria a ser imperatriz da própria vida..

Deixaria tudo? Este meu quê, que me identifica, este saber que me dá uma nota, avalia e dá nome a miséria de vida de coisas inanimadas a qual estou condenada a viver, respeitadas, almejadas, tratadas com esmero neste mundo regado a amor, dor e vaidades.

Quisera não estar tão entranhada nele, mas estou. Vim do ventre arranjada em um sistema corpóreo para apaixonar pelo que fosse passado pelo crivo dos cinco sentidos.

Condenada a ser nele desde o nascimento, não me satisfez...nunca me satisfez.

Agora, aqui de onde não tem mapa, nunca esteve no mapa, vivo a imaginar como seria, se dessem para mim a batuta de um mestre.

Daqui, onde a Completude Amorosa Divina me abraçou, me revelando que o Tudo me tem.

Márcia Maria Anaga( Direitos autorais reservados, publicado no site Recanto das Letras)

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 03/02/2023
Reeditado em 03/02/2023
Código do texto: T7710902
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