A Arte, e o Novo Tempo 25

Iniciado nas coisas do alto no palco. Estaria preparado o jovem ? digno de voltar para seu mundo como que remasterizado pela Fonte Suprema?

Teria sido aperfeiçoado o "disco- mestre" do seu ser? sendo melhorado na auscuta e no gerenciamento do mesmo? Interno, e externamente?

Se manterá naquilo que foi legitimado?fará uso da vontade, dotado de um novo sistema de Ser, que o capacita em potencial a fazer parte da Comunidade Fraterna Universal?

Caso assim foi, Graça Divina!

Não foi conquistada pelos próprios esforços, foi Graça vinda do Alto, do Mistério, anterior a todos os mistérios, quando a pomba branca pousou sobre sua cabeça.

Com as faculdades superiores do ser equipadas, pela força e pela vontade pura, movido doravante pelos mistérios, os mesmos que regem a realidade fenomênica, não somente estaria ao seu dispor as virtudes encontradas no mito de Hefesto e de Hermes, como a excelência destes no uso, no conjunto, com aqueles vividos pelo deus Dionísio.

Que o novo artista tenha sido inundado pelo êxtase e pelo entusiasmo. Não aquele vindo do desregramento, da conduta perversa, da prática da drogadição, que leva a auto destruição, e o afugento do Espírito Maior da Alma.

A alteração de consciência, consumada " Em Si", a realização da natureza primordial instintiva da espiritualidade, é aquela que transborda o ser de tal forma, tomado pelo extase e pelo entusiasmo, que jorra o ego para fora.

Que o artista tenha sido penetrado nas entranhas da alma, sendo fecundado por Deus dentro, encontrando o Sagrado.

Óh, artista! que tu sejas possuído através da penetração de Deus em sua alma! trazendo o estado alterado de consciência, tornando campo fértil para ser plasmado o personagem; o cruel, ou o bondoso, o santo, ou o rebelde, o herói, ou o vilão.

Que o entusiasmo e o êxtase, sejam seus alicerceres constitucionais para atuar.

Não te afastando da Fonte Primeira, Dela e por Ela, saturando o ígneo Sagrado, a arte genuína, a bem de todos os seres.

Sedento da água da vida, saciando a sua Alma da mesma fonte que serviram os artistas nos milênios e eras.

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Mesmo que tu, homem artista, exponha-se, no palco, a contrariar a política e a religião, os usos e os costumes do seu tempo.

Deixe seu ego ser jorrado para fora , quando a natureza transcendental espiritual te tomar, quando os holofotes estiverem sobre ti, que seu ser esteja possuído do entusiasmo e do êxtase para atuar no personagem que está proposto, encontrando a natureza e o Cósmos como agentes diretos de contato e interação.

Quão invejado e cobiçado é, homem-artista! pelos que vivem às margens da vivência transcendente que tu habita. Aqueles que estão calcificados em suas essências, seja pelo fanatismo, ou materialismo, espiritual, ou material.

São estrangeiros em Terra Sagrada, onde são herdeiros em potencial.

Os olhos mortificados que o verão, apátridos, aqueles que estão distantes do Território Sagrado, Fonte Primeira.

Mas Tu, não, que bebeu a Água da Vida, serve-se do Holograma Universal para representar a Natureza Divina, nas coisas, e nos seres.

Mesmo que, todavia, como Dionisio, contrarie toda a civilização, a política e a religião, quando está a atuar nos teatros, e nos palcos da Terra que pisar.

Seja fiel ao desregramento místico e emocional do personagem que representar.

Tu, nas entranhas, para fins da arte que serás servo, deverá ser apolítico, deixando-se transbordar, derramando seu ego em direção à natureza, e ao Cosmos. Viagem, que não é passível de institucionalização.

Deste futuro prenunciado, que se fez presente! que se mantém como seus ancestrais, no repúdio à polis, quando esta ameaçar suprimir a humanização dos costumes, e a convivência entre os seres.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 14/02/2023
Código do texto: T7719087
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