Samba da apoteose
O coração andava mudo
O amor já nem sabia do que chorar
Nem tinha mais vontade de existir
Da noticia que relatara
Do jeito estúpido de viver
O abismo separara
Da natureza de nosso olhar
O que no coração nós trazíamos
O improviso era valente
Desde a madrasta infância
Cozinheira da boa e má sorte
Na avenida cantava-se o milagre
Da casa infeliz e abandonada
No tédio da memória
De paixão reduzida e inerte
Na clara mocidade onde reinara a beleza
Da inquietação em quase agonia
Os truques haviam sido deflagrados
Despia-se na total falta de controle
Da eterna magia do desengano
Pois era a verdade improvisada
Do feitiço que se rogara
Onde não havia a solução.
Era o halloween dos desavisados
De dentro do Coliseu
Onde os leões têm fome
Da íris dos nascidos
O verdadeiro prozac da vida
Fina reza que nos leva a sair
Da escuridão que nos habitava
Kiss do perpétuo amor vampiro
Onde a brisa
Depunha contra a própria pele.
Fernando A. Troncoso Rocha
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