Semblantes

Alguns semblantes indiscerníveis passavam pelo nevoeiro,

negrumes de vultos atarefados com as entediações,

soturnos raios obscuros que extravasavam as suas sujeições,

lestos e rectilíneos,

subservientes melancólicos dos seus desígnios.

Encontros do desencontro,

diálogos de insonoridades atemorizadas,

reflexos involuntários de almas desoladas,

vislumbres de vacuidade da eterna saudade,

de nada se lembrar,

de tudo atormentar,

silhuetas moribundas que arrastam vidas soturnas,

pregadas na uniformidade,

agrilhoadas pela conformidade.

As chamas nunca haviam nascido...

Espírito para sempre sucumbido...

Também publicado em: www.liverdades.wordpress.com

Bruno Miguel Resende
Enviado por Bruno Miguel Resende em 17/12/2007
Reeditado em 17/12/2007
Código do texto: T781542