EU, VOCÊ, NÓS E ELES!
Amanhecemos nas nossas obrigações, varamos o dia as atendendo, anoitecemos nelas, e ao dormir, não é raro que, ao invéz da cama nos abraçar, são as impertinentes que nos abraçam e nos tiram o sono.
Todos temos um cipoal destas "amorosas" a nos envolver, enlaçar e nos sufocar.
E parece incrível as aptidões que tem, de fazer voar nossos pouquíssimos momentos de folga, noites que conseguiriamos sair, finais de semanas, feriados e férias. Esta última, quem as tem, óbvio!
Assim, vão-se dias, semanas, meses e anos, de enfiada.
Fazemos um extenso colar de aniversários e quando nos damos conta, o branco chegou aos cabelos, as rugas ao rosto, corpo e membros. Nosso olhar de esperançosas certezas do "vou ser", "vou fazer", transformam-se, mudam-se para tonalidades de angústia, pressa, e cansaço!
Começamos a não nos importar muito conosco e nossa aparência. As obrigações e afazeres conjugais, no lar, com filhos, trabalho e contas a pagar, entre outras, são maiores até que o nosso "bem estar". Anulamos-nos aos poucos, mas firmemente. Chega um momento que de nossa boca, sai a frase que ouvíamos nossos genitores muito amiúde dizer...Ah! A vida é assim mesmo!!!
E consolamos-nos com outra antiga colocação, sempre demais verdadeira... "Mas estamos vivos e com saúde! Ou..." Olha o fulano, que já se foi, mais novo que eu! Olha o beltrano, com grave doença! Olha ciclano que está naufragado em dívidas"!
Assim consolados e animados, levantamos nossa cabeça e olhar, e, com ou sem auto-piedade, reiniciamos a repetitiva mesmice dos dias.
E, ainda assim, por que não dizer com toda razão, ..."Graças a Deus!!!"
"Athos Alexandria - 11/08/2023."