Só na multidão...

Estação do metrô.

Multidão. Gente que vai e vem.

Rostos sem nomes.

Formigueiro pulsando

pela sobrevivência.

Terno e gravata: espelho do meu rosto.

Traje da minha alma.

A grife dos meus óculos é conhecida.

Tristeza é seu nome.

Olho nos olhos de cada um.

Não reconheço ninguém.

Ninguém me conhece.

Presente, passado e futuro.

O coração pulsa forte.

Como se quisesse falar.

Passa despercebido.

Choro baixinho. Sem lágrimas...

Fico numa estação qualquer.

Eles se vão. Todos.

Estou só. Aparentemente vivo.

Por dentro esmagado;

Pelo metrô da civilização...

jaeder wiler
Enviado por jaeder wiler em 23/08/2023
Reeditado em 23/08/2023
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