UM ACONTECIMENTO ESTRANHO
Naquela manhã, acordei cedo, abri a janela do meu coração,
Olhei o horizonte da minha existência, sintonizei uma melodia distante e percebi que os pássaros fugiam da minha solidão.
Uma lágrima adormecida há muito tempo, caiu desolada.
Senti uma dor aguda na alma, como que uma flechada da razão.
Ouvi um barulho e corri assustada. Eram os meus sonhos desmoronando numa avalanche de sentimentos.
Recolhi-me no meu ser e fiquei a pensar em tudo que sonhei a vida inteira e que agora tinha sido vencido num duelo com a razão.
De tanto pensar e repensar
Ver e rever
Sentir e ressentir,
Aquilo tudo pareceu pequeno e medíocre diante da imensa vontade que eu tinha de viver.
O horizonte então pareceu se abrir diante de mim:
Os pássaros voltaram a cantar,
Um sorriso há muito fingido surgiu nos meus lábios.
Ouvi o barulho dos meus sonhos se renovando, novas idéias surgindo...
Recolhi minha solidão e a adormeci.
Dei uma mão ao coração e outra à razão e saímos de mãos dadas rumo às novas conquistas.