Cabresto

Da perscruta do eu,

devorei o ópio da

amargura; nada funcionou.

Entre os epitáfios idílicos,

teu manifesto me sentenciou.

Os vales do abismo

abordou-me tão crasso:

"Não chores, querido! O que há de

dor, hei de curar.

Não vês? Olhe à tua volta, perdeste a ti

próprio, jogado no cume de teus pensamentos vis. Derradeiro.

Meu velho companheiro,

sem esmorecimento. Traçou

tuas dores, tuas agonias. Abrace-a.

Não abomine esta terra doentia

Aprecie o que a desgraça nos deixou

de pior. Mate-se todo dia, galope na solidão.

Do martírio, Cabresto do Caos, tu és filho. Orgulha-te, miserável.

Não seja Romeu, apóstolo do exílio.

Coma do fruto de Hamlet; da tua finalidade. Padeça, sordidamente, da colérica embriaguez."

Johannn
Enviado por Johannn em 22/09/2023
Código do texto: T7891392
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