De Pés no Chão

 

Brincando de bola, soltando balão, jogando bolinhas de gude, de pés no chão.

 

Soltando pipas, rodando pião, brincando de pique, de pés no chão.

 

Juntando figurinhas, jogando botão, pulando carniça, de pés no chão.

 

Fugindo do castigo, dizendo palavrão, subindo nas árvores, de pés no chão.

 

Pulando na casa dos vizinhos, roubando frutas de montão, correndo dos cachorros, de pés no chão.

 

Com o sol na cabeça, que surpresa! chuvas de verão, molhado ou encharcado, de pés no chão.

 

Nos terrenos baldios, capinando para as festas de São João, de short e sem camisa, de pés no chão.

 

Os cortes e as feridas, causavam apreensão, tudo ocorria, de pés no chão.

 

Dia 27 de setembro, salve! São Cosme e Damião, correndo atrás de doces, de pés no chão.

 

Que saudades daqueles tempos, de pés no chão, hoje são só lembranças, que não voltam mais não.

 

 

Nota: Prosa Poética reapresentada