IDIOSSINCRASIA

O hábito recorrente faz nos tornarmos costumeiros de determinadas práticas.

A constância de repetidos exercícios

pode trazer resultado bastante interessante para um campo de observação de números estatísticos.

Quando nos debruçamos sobre a filosofia de Spinozza, ali encontraremos alguns conceitos que vão dar as mãos a ideia do que se vive já estar escrito no universo e que o chamado livre arbítrio é algo a ser questionado, contrastando-se com a escola socrática.

Não cabe, por ora alongarmos as discussões filosóficas, para não sermos catalogados pela prolixidade e a falta de concisão.

O costume faz o hábito, e algo que seja constante por muito tempo, logo logo se torna aceitável pelo cérebro, fazendo da repetição o mecanismo dominante em quase todos os estados da natureza animal, racional ou não.

A dependência química, ou psicológica muito passa por esse contexto, e o desmame, ou a devida quebra desse paradigma, dá-se, não raro por um desmonte do quadro mental do paciente em estudo.

Se houvesse um único botão para mudarmos o padrão mental daquilo que nos aprisiona, por certo, grandes dramas seriam amenizados em todos nós.

Cabe lembrar que determinados costumes, podem se transformar no rol dos vícios e que esses para muitos vão ser identificados como os que se locupletam diante daquele estágio, onde há ganhos naquelas tidas perdas.

O que dizer para aquele aprisionado da monoideia que lhe incendeia a mente?

Deixa de fazer isso ou aquilo, vá por ali, ou pra cá.

Diga para o galo parar de cantar, quando o sol nascer, ou fale para o astro rei que é hora dele se por. Pois afinal quem influencia quem? O galo canta para o sol nascer, ou esse surge explendorosamente para que o canto roco e estridente se faça pela terceira vez.

E por falar nisso, quantas três vezes são necessárias para que se possa negar algo que se tem certeza?

Tu me amas?

Tu me amas?

Tu me amas?

Certezas...são tantas, são tão incertas, quanto santas, ou em quantas tantas que chegam a ser tontas.

Aquilo que sem tem como preciso, até o poeta já afirmara que em outros mares quase sempre se é impreciso.

O instinto sustenta o lampejo;

a corrida da sobrevivência pode justificar a acao desenfreada;

Por mais que se queira explicar a atitude desordenada;

Inconfessáveis são os secretos segredos segregados;

A saliva robustece o desejo.

A energia que move os astros, é a mesma que movimenta todo o ser vivo recém nascido ;

Estaria escrito nas estrelas, o conto do incontido?

O que há de desigual?

naquele que rasteja no lodo, do outro que se nutre pelo olfato do feromônio animal?

E por falar no incontido.

Que há de Haver de ter sido, o tempo que não foi contado, quando não se está com aquele que comunga do seu pecado?

Remove-se todos os tecidos dos tempos idos para estar ao seu lado?

Do germe ignorante ao ser mais brilhante, todos se buscam, para se estabelecer a linha do tempo que cada um escreve ao sabor do vento que sacode a saia daquela que atrai a energia vital do seu amante.

O filósofo que não seu esquivou, sem medo de errar afirmou: só seu que nada sei!

Agora atire a primeira pedra, porque pra quem quis entrar na fila pra ser alvo...

IDIOSSINCRASIA, é tão-somente uma palavra que não inventei.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

23/12/23