Sem Ela Não Haverá...

Há intimidade da boca do músico e o bocal, dela para com a paleta do instrumento.

No tocar a Flauta, o Piston, o Saxofone.

Terá que ter havido intimidade tamanha!

Caso contrário, o músico não encontrará a embocadura para o som afinado, choroso, por vezes, agudo, pontiagudo, até mesmo, no som do grave de um bombardão, violoncelo, ou barítono. O Belo não emerge.

É assim a gente na vida, tem que ter havido a consumação, o ato nupcial da Alma com a existência.

Tudo sairá chocho, desafinado, comida mastigada sem deglutição...

Passar pela vida, e não se sentir intima dela, cumade dela, apreciadora da aventura mais maluca que possa ter existido.

A aventura, por vezes, dramática. A da própria vida.

Vida.

À Alma é exigido ser íntima dela.

Sem intermediações, apesar de passar pelos meios.

Quando defecar no trono, santuário onde é expelido os dejetos.

Ou, no trono, aquele que indica um lugar de destaque entre as vaidades.

Ou, ainda, num êxtase de uma experiência contemplativa do belo.

À Alma exigirá.

Para a plenitude ser apossada em seu interior. Subsumido em si.

O potencial.

Intimidade com a vida.

Márcia Maria Anaga( Direitos Autorais Reservados, publicado no site Recanto das Letras)

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 05/01/2024
Código do texto: T7969872
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