Liberdade 29

Depois da jornada iniciada, não me vejo nela, a não ser o oceano como campo aberto, sem a vista da margem, terra onde estava quando parti, nem aquela que apearei ao final da narrativa.

Dai-me vida, Deus? Isto foi silenciado. A vida tem superabundado dentro do coração, sem causa, derramando coração afora.

Quem Sou? Há tempo não indago. Não faço essa pergunta mais. Sou filha de Deus.

Para quê viver? Desapareceu dentro. Emergiu o a que veio.

Para quê realizar, se o outro não quer, se posso constranger quem não quer, ou não encontrou ainda um lugar na Grande Obra para servir? se corre o risco do outro não gostar? Se eu não tenho tudo que queria? Se minha vida não é perfeita? Se minha saúde também não é plena? Se, às vezes, vivo de burrices, tontices, pratico criancices, chateio e sou chateada pelos outros? Isto? Aquilo? Aquil'outro?

Tem vivido logo atrás, que logo se vai.

Contudo, depois de tanto prosear naquilo de mais sublime, me encontro viva, a escrever por quase década assuntos do mundo superior.

E agora, me vejo desafiada a falar de um dos temas mais intrincados que o ser humano está por resolver há milênios. Ser livre. Liberdade.

Onde está?

Na noite de lua cheia da alma, vejo o trajeto escrito, capítulos evoluindo para dentro do meu ser, onde vou mergulhando no bastar que sinto desde que fui desperta para o propósito, o da escrita, caminho que me purifica, é me mostra num contexto de utilidade para Deus, e ao mesmo tempo, me revela como humana num corpo instintivo , exposta a erros e acertos, a ser sovada, purificada para eu sentir um dia a pureza de uma versão melhorada de mim mesma, aquela que Deus propõe para eu ser, que somente ele sabe.

Na Era da Consciência, esta proposta para a humanidade viver, não teremos escapatória.

O que foi vivido de fraternidade no mito, nas lendas, nos reinos e reinados que fracassaram, seja pela guerra, pela lei do mais forte, pelo excesso do materialismo que ocupou a mente humana nos derradeiros séculos, teremos que realizar a entrega para o amor incondicional em Deus, e ao serviço . É real o tempo, este que se iniciou.

Ser livre. Teremos, antes, de estarmos despertos pelo coração para servirmos uns aos outros. Em Deus.

Isto dependerá da escolha de cada um, em querer.

No confronto do que realizo como gente e o impulso interno que me chama para o propósito maior, sempre vence este, que me leva a buscar um canto, um jeito, de pegar um celular, ir para o aplicativo de notas, e passar escrever o que o coração pede.

Deixo por alguns minutos no dia, no standbay, uma orquestra de outras ações, aquelas da destino que deve ser atendida, as da personagem mulher, mãe, cidadã do mundo, e suas máscaras.

O que explica isto?

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 19/03/2024
Código do texto: T8023330
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