Foi como eu disse a você sem lhe ter falado.

O punhal do meu susto é sempre quando você vem e começa a falar bem assim, rapidinho, falar umas engraçadices, e a minha cabeça começa a pensar assim, rapidinho, rapidão, rotação.

Visto uma máscara de sério, de que não te amo, faço cena, mas eu nunca fui bom em fingir. Te olho sempre de baixo pra cima, em contra-plongée, mas não é culpa minha. Meu corpo, fabricado estranho, tece um horizonte de olhar diferente. Você se estende pra cima como aquelas igrejas construídas bem grandonas pra chegar mais perto do céu.

Não reclamo. Sempre quando te vejo, você se agiganta em curvas vulcões e eu sou um grão de areia, te vendo pensar e falar, e querendo dizer eu te amo, e querendo, na verdade, querer o mesmo que você.