Liberdade 38

Ah! Liberdade! Tu me tinhas. Eu a tinha. Morrendo de sede, dentro d' água estava, moribunda, cobrando e sendo cobrada em afeto e completude, a boneca de pano que havia criado, com a colaboração do mundo. A personalidade que até então me representava.

Saciar a sede dia a dia sob tuas asas, me traz à vida, esse fogo que dói e é todo prazer. Essa tara que nunca se acaba.

Ficar parada, ou não, estar para o ígneo corrosivo das emoções, tornou vida de concubina, a outra, boneca de pano que pego e largo diariamente, que cai na arapuca do apego, de querer ser atendida aqui e agora, fora do tempo e a oportunidade de Deus , a que quer ganhar atenção sempre, afeto, que as coisas saiam do jeito que deveriam, da inútil busca de permanência de tudo, que foi feito para não durar.

Logo, as nuvens se esvaecem, e a condição de amada por Deus emerge no céu de m'alma.

Não existe outro lugar para a Alma para sentir inteira, a não ser nesta condição. Numa eternidade sem causa.

Na condição turva de vida, sou aceita, não me sinto rejeitada, cobrada. Simplesmente estou vibrando num estado de ignorância do dever de cuidado.

Na identidade espiritual a qual empenho à conquista, não existe subserviência cega, mas co participação, uma relação entre nós e Deus de autonomia da vontade.

Assumimos a responsabilidade, as consequências por nossas ações, não há, nas regras estabelecidas para o peregrinar da Alma Em Deus, a possibilidade de delegar as consequências, ou a culpa para o outro.

Amando outros irmãos e irmãs, sou aceita.

No erro, alargada a visão da consciência para análise da ação, chamada sempre ao reprocessamento e a reflexão do feito rumo ao aprimoramento.

Na tagarelice, logo me sinto, sei que não estou no ajuste.

Na antipatia com o outro e o outro comigo, no confronto e na dialética com o mundo, sou solta como fosse a filha mimada de há muito, de querer resolver tudo sem o sinal interno da justeza da ação para as escolhas.

Faço, realizo insanidades e os outros comigo. Nestes instantes , ou logo após, vem no âmago do ser a cena onde eu e todo mundo estão.

Jardim de infância, Planeta Terra, jovens Almas em regeneração.

Voltando para o aconchego dos braços Divinos, daí a admoestação silenciosa, que aje em mim, por mim mesma.

Vou vendo tudo na Clara Luz, que vem do intuitivo, do entendimento no retrospecto, naquilo que agi de coeso, e aquil'outro, que não.

Sinto-me nestes instantes tão viva, quanto amada...por Deus.

Aquele que ama, educa.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 07/04/2024
Código do texto: T8036539
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