Elos

Quando me faço ilha, talvez seja por não encontrar um continente onde possa atracar meu barquinho em porto seguro. Minha alma borboleta segue em voo solo pelos céus infinitos. Os vínculos de afeto são tão difíceis. Os laços de confiança tão improváveis. A solitude tão confortável, viciante, limpa de conflitos. Os caminhos parecem óbvios. Contrariar toda essa teoria de que o ser humano precisa ser coletivo. Nada se resolve sozinho. Precisamos do outro. Precisamos do atrito da convivência. Do burilamento pela diversidade. Mas, esse silêncio interior é tão convidativo. Cura a exaustão de seguir as normas, fazer amizades, interagir em sociedade, estar no mundo. Nossa! Como é cansativo! Por isso gosto tanto de fechar as portas. Mergulhar no meu deserto, experimentar o que há de novo em mim. Uma vivência inédita depois de algumas tempestades, insights, incertezas. Deixar poesia pela casa. Alimentar o espírito da mais genuína felicidade. Desliga o mundo, quero ser só eu, e nada mais…

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 10/04/2024
Código do texto: T8038830
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