dedicado à margarida

Sou cem gramas de açúcar mascavo, sou um pacote de pão amassado. É como se as memórias que tenho de ontem não fossem minhas, vai ver eu saí para dar uma volta e deixei meu corpo repousar sobre você. Seu cheiro abraçando os lençóis é uma dica que aquilo realmente aconteceu. Eu pediria mais detalhes às cortinas caso elas não estivessem ocupadas demais tampando o Sol. Desde então, tenho suspirado bastante e descolado algumas fotografias indecentes do mural que nasceu no quintal do meu pensamento. Algumas vezes você pode soar desmotivada, é normal, mas as nuvens se dissipam assim que a excitação desponta em sua língua. Também venho prestando atenção nos seus lábios e na entonação que você joga em algumas palavras. Da próxima vez, vou garantir que o meu rosto esteja adjacente ao seu no momento em que eu atravessar o túnel que circunda o nosso frenesi. Adorei ouvir o regozijo no som da sua voz, eu beijaria a morte de formas nefastas apenas para poder escutá-lo mais uma vez. Os meus ouvidos foram presenteados, e os meus dedos mergulharam no oceano. Faça-me navegar mais uma vez, margarida.