Por trás do vidro infestado pela chuva de uma tarde de terça

Por trás do vidro infestado pela chuva de uma tarde de terça, o pensamento de insipidez retumba em minha cabeça como a cereja do bolo. Vejo as palmeiras borradas se moverem que nem uma memória distorcida. Que terrível é o dia quando o amor não desperta. Que péssimo é o dia quando o Sol não te dá um olá e se despede com um beijo na bochecha. Talvez nosso encontro seja uma anomalia, um desvio, uma curva, um acidente. Eu quero escutar que você precisa de mim, mas aqui, pertinho, tem alguém que nunca precisou. Então eu me seguro nessa ideia que me decola como um aviãozinho de papel, e isso vai percorrendo o horizonte até desatinar em um quarto escuro.