Rasura

Eu vejo essa felicidade no semblante de quem já passou poucas e boas. O tempo cria um certo olhar contraditoriamente pasmo e sereno, de quem pacientemente anseia. Eu lembro daqueles passos ágeis passando um pouco de café para, em seguida, sentar-se à mesa e nos explicar minuciosamente o porquê de tudo.

É bem verdade que a memória pode ser traiçoeira, mas não se pode pretender congelar os momentos, a árvore tem de seguir sendo verde. O compromisso maior, o laço mais fino, de algum modo, torna todos os demais laços suscetíveis de rompimento e assim deve ser feito no momento em que algum deles ameace seriamente ou mesmo não sirva mais ao nosso próprio rumo. Alguém, em algum momento, me disse: é preciso entregar além do que te sobra, é preciso entregar o que te faz falta.

Esse texto não continua aqui, não há tempo.