A Guerra Mundial do meu eu.
As minhas mãos estão muito inquietas hoje. Quero telefonar pra você. Não sei o porquê, mas quero. E não entendo esse querer já que eu não suportaria saber da sua vida.
Eu amo você – eis a maior das verdades. Muito fácil pra eu dizer, uma frase simples, toda implícita nos nossos últimos telefonemas e nas nossas últimas conversas no Messenger.
Eu venho tentando buscar um rumo, tentando proteger o coração. Está sendo uma dura batalha. Eu acabo sempre lembrando do seu sorriso, no final do dia. Não faz mal, já estou acostumado. Você era o menino mais bonito do mundo pra mim. Você era aquele feixe de luz do sol que entra no quarto de manhã. Mas isso é passado, você me transformou no que sou hoje, um ser que chora andando pela rua. Eu estou aprendendo a não te procurar. Essa é a prova de fogo, esquecer seu telefone e virar o rosto quando o ônibus passar pela sua vizinhança. Tudo para recuperar o sorriso que eu só tinha antes do dia que te encontrei.
Mesmo com todo esse armamento, às vezes as lembranças me cercam – sou Pearl Harbor e elas me bombardeiam: mãos–dadas, seus olhos, ccbb, balas valda, Copacabana. Mas eu não desabo.
Sei que vai chegar o dia em que erguerei bem alto uma bandeira branca pra provar que finalmente há Paz em meu coração. E nesse dia nos esbarraremos na rua sem vontade alguma de nos combater. Mas só depois de muitas batalhas.
Tanta guerra, tanta dor afinal. E tudo que eu queria era segurar sua mão e passear com você.