ad infinitum

Sua boca insiste em acariciar o passado, e já digo de antemão que o esgotamento ainda vai me empurrar em uma sepultura. Nossa dança à meia luz não se enquadra na expressão latim “ad infinitum”. A perenidade é um tipo de alarme falso que se esconde atrás do calendário. Joguei fora os relógios e as folhinhas, não estranhe os ponteiros quebrados, é só um costume que me persegue quando minhas mãos seguram as suas. O tempo mergulha na faísca que se debulha em nossos olhos. Eu perdi minha caneta no momento em que seu beijo anecoico paralisou minha corrente sanguínea. O que será de mim sem um texto para escrever? Para onde irão as palavras que correm eufóricas na sala de espera da minha mente? Eu juro que a mancha de café no tapete não é culpa minha.