ESTRADA REAL DAS MINAS GERAIS

ESTRADA REAL DAS MINAS GERAIS

Amélia Luz

Vive e pulsa fortemente no coração do brasileiro a ESTRADA REAL. Recebeu procissões de cobiçosos na lida pela busca do ouro. A ambição desenfreada por ela transitou luzindo entre auroras e crepúsculos no tilintar solene dos sinos das tropas aventureiras. O gosto das riquezas das minas aguçou a fome dos ambiciosos na ganância da Corte Portuguesa que escovava pelo seu chão seus sonhos de enriquecimento.

Desbravada pela coragem dos Bandeirantes nela ouve-se ainda o sonolento trilhar das mulas carregando o mais rico mineral. Em seus novos e velhos caminhos os cascos dos muares sulcaram seus leitos entre serras e terras infindas, panorama banhado de suor escravo sob o açoite do poder.

A bota portuguesa deixou-lhe pegadas eternas em mistérios vividos ao longo das suas veredas. Roteiro obrigatório o ouro dali não podia se afastar pelo contrabando criminoso dos audaciosos. A punição era severa e cruel. O quinto tinha que ser tributado injustamente. Colônia não tem voz e deve respeitar o colonizador, eis a lei a ser obedecida.

Hoje por ela passo em reverência. Continuamos andando com os nossos pés nus na doirada Estrada Real, resguardamos um valioso tesouro enterrado em suas rugas nas trilhas do passado!

Encontramos os Inconfidentes a cada curva da estrada, grito lúcido de nacionalidade que nunca será esquecido: INDEPENDÊNCIA. Tiradentes passeia heroico pelas montanhas ao ver aproximar o Dia da Derrama. Ainda vivemos o Dia da derrama nas nossas atuais mazelas políticas. Quantos traidores como Joaquim Silvério dos Reis andam pelo Planalto arquitetando traições à Pátria? Desonestidades no cumprimento dos seus deveres políticos e eleitos pelo voto: corrupção.

Hoje o Campo da Lampadosa está vazio, página sangrenta da História do Brasil. Seu busto de condenado, altivo continua na praça em Ouro Preto que leva o seu nome, com lembrança do seu sacrifício.

O carrasco segura as cordas assustado, a mortalha está jogada ao chão diante de olhos perplexos. O sacerdote ora de olhos baixos oferecendo a extrema unção para o condenado que ali já não se faz presente, virou mito, virou história, virou herói. Como símbolo de coragem Tiradentes vive a cada página sofrida da História do Brasil transitando livre pela simbólica Estrada Real, caminho do ouro cobiçado.

Assim vale sempre lembrar que - “E A INDEPENDÊNCIA TAMBÉM COMEÇOU EM MINAS” - como tantos outros movimentos e fatos importantes que brotaram em solo mineiro para o engrandecimento da nossa Pátria.

Amélia Luz
Enviado por Amélia Luz em 08/05/2024
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