Sombreamento pela solidão

     Um quase silêncio ermo completa a atmosfera deste ar calmo. Estou próximo a uma rodovia de carros apressados. Ao mesmo tempo que esta paisagem perfeita que almejo nos sonhos alivia-me, sinto uma tristeza emergir do cosmo inconsciente. Aqui fico em posição lótus, vestido pela sombra de uma pequena árvore, tal árvore cheia de folhas pequenas e refrescantes aos passageiros da existência. Estou tendo a minha mísera hora de almoço, descansando do árduo trabalho. Tudo o que vejo é solidão no fim; estou só, sinto-me enormemente só […]. Quando transcrevo a solidão no vexame deste papel branco, meus olhos brilham. Dizem que a solidão pode matar, mas morta a minha carne ambulante já se fez acrílica nos estilhaços das emoções. Perdi-me na jornada da vida. O instinto declama o contraste: no silêncio refrescante do céu, é quando ferve minha alma num enxame de pessoas distantes. Devo lidar com isso como um andarilho, sem esperar nada de ninguém, apesar da carência. Brilho na estrela do abandono longe da luz.

     Pensei por dez minutos… talvez muito mais. Mas nada tira do meu peito a vontade triste de morrer…

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 10/05/2024
Código do texto: T8060432
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