HOJE EU QUERO FALAR DE DEUS
Eu não posso lhe dizer o que, ou quem é Deus. Mesmo porque até hoje ninguém o pode. Contudo, todos, sem exceção, definem Deus dentro de si. Às vezes a fraqueza e o medo nos faz negar a sua existência. Porém, às vezes, o temor ou o amor nos faz proclamar a sua realidade.
Negando ou acreditando nada muda para Deus, mas tudo se transforma para o homem. Deus é puro sentimento. E o sentimento define o homem na sua pureza ou impureza, na sua grandeza ou pequenez.
E esse sentir me faz afirmar que Deus não está na boca que profere a morte, que exala o desprezo, que vomita o preconceito, que propaga a mentira, que vocifera o ódio, que difunde a ignorância e oprime a crença alheia.
Deus não acompanha quem o louva com palavras, gritos, gestos e berros irracionais, mas está sempre presente em quem sabe, apaixonadamente, vivencia-lo no silêncio da alma e no gesto cálido de quem estende a mão para o semelhante caído.
Deus não está no luxo dos lugares escolhidos pelo homem, mas está vivo e palpitante onde o homem escolheu viver Deus na sua plenitude.
Deus não tem nacionalidade, não tem raça ou cor, não tem partido, bandeira, religião ou ideologia, Deus é a humanidade, que é apenas uma fração do universo que é Deus.
Deus não escolhe nem elege ninguém, mas todo aquele que o contempla e o ama verdadeiramente, em cada criatura viva, está dentro de Deus.
Deus é a harmonia e perfeição supremas. Deus é a energia que faz a energia, a matéria que faz e desfaz a matéria. Vice-versa, torna ponderável o imponderável, evitável o inevitável, possível o impossível.
Deus é a morte que atenua a vida e a vida que supera a morte. Deus não é o vício ou a virtude, a má ou a boa sorte. Deus não tem as asas dos anjos ou os chifres dos demônios que criamos, que vivemos, que somos.