Noite, silêncio
Dormem as árvores
e as estrelas se ocultam.
Simplesmente o dia se foi,
sem piedade,
e as velhas palavras de ordem
da vida em si mesma
pedem silêncio dentro do ser.
O amor é esse reino indissolúvel,
que dá um nó na garganta,
que se embebeda de sonhos,
essas imóveis sombras risonhas
que apenas vivem pela plenitude
do sol.
Queria adormecer apressada
entre os sonhos dos teus braços
e desse meu cansaço
de existir.
Queria dormir, dormir,
infecunda de medos,
sabendo somente a diferença
entre o viver e o morrer
pelo cântico, no meu silêncio,
da tua respiração.