Noite, silêncio

Dormem as árvores

e as estrelas se ocultam.

Simplesmente o dia se foi,

sem piedade,

e as velhas palavras de ordem

da vida em si mesma

pedem silêncio dentro do ser.

O amor é esse reino indissolúvel,

que dá um nó na garganta,

que se embebeda de sonhos,

essas imóveis sombras risonhas

que apenas vivem pela plenitude

do sol.

Queria adormecer apressada

entre os sonhos dos teus braços

e desse meu cansaço

de existir.

Queria dormir, dormir,

infecunda de medos,

sabendo somente a diferença

entre o viver e o morrer

pelo cântico, no meu silêncio,

da tua respiração.

Clara Leticia(LC)
Enviado por Clara Leticia(LC) em 15/01/2008
Reeditado em 06/04/2008
Código do texto: T817597
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