Mar a dentro

Filhos de Gaia

Foram titãs do mundo azul

Hoje! Pálidas crianças

Sem o amor de mãe

Filhos de regime transitório

Em escalas de equivalência

De coeficientes na transmissão de calor

Onde o mundo físico, os amortalhou!

Eles, de açúcar e caixão de enterro

Bebem-se insanamente

Bebem-se incessantemente

No êxito intacto da sensação do nada

Ainda reluzem cintilações de Gaia

Onde os cavalinhos e cavalões correm...

Diante do Sol tão claro

Que cega como o brilho da esmeralda

Como flores murchas

Os andróginos que enterram o divino

Tocam pandeiros com a mão

Na exuberância dos sentidos privados de inteligência

Agem como fartos do lirismo namorador

Em vidas de amantes exemplares.

Ah, pungentes bêbados do lirismo dos loucos

Em silêncio gritam: abaixo os puristas!

De dentro desta paisagem erma

Coadjuvantes artistas, tão docemente provincianos

Choram sem o olhar de pai

Dando voltas vadias, onde a poesia morre...

Fernando A. Troncoso Rocha