Grande Mestre Jeshua
Hoje desejo contigo de verdade falar
Sobre minha inútil arrogância de crer
Que muito sei e de me culpar na alma
Por não saber utlizar adequadamente
Todos os intrumentos a mim dados
Pela perfeita e magnífica inteligência
Universal, que eu posso perceber
Mas ainda não conhecer diretamente
Pois ainda muito pequena sou
Para poder compreender e abranger
Tamanha dinâmica magnitude
Hoje desejo pedir sua ajuda
A ajuda de um irmão mais velho
Que já passou por tudo isso e
Sabe exatamente como me sinto
Que sabe do olhar de minha alma
Perplexo e neste momento paralisada
Alma que está no meio das ruínas
Como uma bomba atômica
Mais uma pequena facção da consciência
Se abriu e explodiu todo um território
De crenças e supostas verdades
E onde antes residia, um confortável lar
Nada mais resta que ruínas, escombros
No primeiro momento em estado de choque
Me encontro, desorientada, perdida
Cidade em escombros onde o silêncio
Apenas o silêncio domia o entorno
Não há outro som humano para o qual recorrer
Estão todos, ou quase, vivendo em cidades outras
Em seus sonhos sobre verdades construídas
Não nascidas, apenas matéria prima utilizada
Criando artificial plantas de saber distorcido...
Aqui no meio das ruínas com o que me resta
De minha sanidade corpórea e anímica penso
Penso nos territórios outros que continuam a existir
E não compreendo como ainda continuam
Provávelmente com algum controle e bondade
De uma inteligência maior que nem supõe existir
Uma vez que o homem acredita ser o máximo
Da expressão da inteligência e capacidade
Comportamentos tão irracionais que julgam a tudo dominar
E assim era eu até então, verdade que sempre
Procurando das garras da ignorância me libertar
Mas tão grande é nossa ignorância pois muito esperta
Em sapiência ela se disfarça e sempre em suas armadilhas
Caímos, absolutamente incautos é o que somos...
Acreditamos serem os animais irracionais
Penso que eles expressam sua inteligência
De uma forma que não compreendemos
E o que vemos julgamos ser apenas instinto
O que não compreendemos simplesmente negamos
Afinal somos a espressão máxima da natureza...
Agimos como se a natureza existisse apenas para nos servir
Ceifamos ininterruptamente VIDAS dignas de respeito
Animais, plantas, rios e uns aos outros
Como numa enlouquecida comunidade de ratos
Quando essa se encontra com excesso de população
Penso em nós como cegos cupins
Devorando veloz e vorazmente nossa ÚNICA casa
PAÍS chamado Planeta Terra...
Nossos relacionamentos se tornaram tão superficiais
Que em alguns momentos tenho a impressão
De estar num planeta onde a maioria são clones sem alma...
E quanto maior o grau de instrução pior fica
No sexo, em vez de um encontro de almas
Onde o corpo sagrado é a concretização material
Apenas uma busca desenfreada e egoísta de corpos
Para satisfazer uma tara, antes instinto, corpos
Que servem apenas como veículo de masturbação...
Nas escolas, em todas graduações, despejam informações
Sucessivamente, assim como todas invenções e descobertas
Do mundo do “como funciona” numa velocidade atroz
Ditam normas de comportamento e pensamento
O que é certo e errado de acordo com o modismo de época
Criando peças para fazer um mecanismo caduco funcionar
Mecanismo chamado sociedade humana...
Educar para mim é tornar um ser consciente
Um buscador da verdade, fazê-lo descobrir ética por si
Ensinar a educação de alma, ajudar a lapidar a alma, mente
E corpo emocional do indivíduo, começando com:
Não faça ao próximo o que não gostaria que a você fizessem.
Ai tentam curar a confusão mental de todos nós arrumando
Sempre um culpado externo, os pais, o país, o governo
O professor, o chefe, o tataravô e assim vai
Todos nós somos responsáveis por todos
Inclusive e principalmente sobre nós mesmos.
Aprender e apreender que o diferente deve ser respeitado
Com o diferente pode-se e muito enriquecer o próprio mundo
E que todos podem através da educação de alma e o respeito
Darem-se as mãos e fazer uma sociedade equilibrada
Isso também se chama boa vontade...
Lá estou eu no meio das ruinas de minhas antigas verdades
Nos escombros de uma casa acolhedora e confortável
Que acreditava seria meu abrigo aconchegante aqui neste mundo
E quem sou eu agora?
Sinto-me tão pequena e impotente sob o peso desse saber
O que fazer, por onde começar, para onde ir, com quem falar?
O que fazer comigo mesma?
Consigo finalmente me mover, depois de um tempo
Creio que muito grande, mas não tenho idéia de quanto
Começo a caminhar, sem rumo, passos pesados
Apenas me deixo ir, como uma sonâmbula
Vejo ao final do que um dia foi uma rua querida
O início de uma densa floresta, recupero um pouco da confiança
Já que decido adentrar nessa desconhecida mas bela mata
Afinal estou indo ao encontro da mãe nutriente natureza
Já no interior desta encantadora e misteriosa floresta
Sinto-me muito cansada para prosseguir
Cansada na alma, mas vejo a uma certa distância
Um belo chalé com fumaça saindo por uma chaminé
Sento e começo a rir, pelo pensamento que me surge
Parece que estou vivendo a estória de João e Maria
Minha agora tão querida e distante infância
Na qual a maldade advinda da ignorância
Só passou a existir através das estórias que me contavam
Mas para minha alegria o final era sempre feliz
A risada de criança me deu novo ânimo para prosseguir
E assim me dirigi àquele que parecia um pequeno paraíso
Aproximei-me temerosa de ampla janela
Onde me ocultando num pequeno arbusto
Pude ver o interior de uma bela sala
Onde em frente uma lareira um casal
Tomava vinho e jogava xadrez calmamente
Podia sentir muito amor no ambiente
Ao me aproximar percebi que ela aprendia
Enquanto ele ensinava cada passo, movimento
Enfim o xadrez que se faz vencer quando visto
Como os movimentos da própria vida
Não pude ver o seu rosto, estava de costas
Quando vi o rosto dela, que tremendo susto
Via meu próprio rosto e na retina deste rosto
Via o amor refletido, o amor daquele ser
Que se tornou seu mestre porque a amava
Podia ler na mente dela, minha mente alternativa
Ele continha toda sabedoria necessária
Para ensiná-la a jogar o nobre jogo
Para REensiná-la a viver, porque a amava
E assim tento reaprender a existir como um Ser melhor
Somente desta forma poderei reconstruir meu lar
Ser parte fundamental na construção e manutenção
Da vida de uma sociedade, em qualquer mundo...