RUPTURA COM A COERÊNCIA

Meu versejar é deslumbrado e sem epítetos

É raso e de tão raso, não respinga

É noite e de tão cedo não orvalha

Uma afetada tela de um possível não me enquadro

Podendo também ser o contrário

Pois na escrita tenciono um réquiem

E na falada, festas com artilharia

Só não ousarei calar, ou baixo expressar-me

Como poderia eu, possuindo a zuada do ser humano,

Sentir vergonha de usá-la?!

Se te incomoda o estridente reverso

Imagine preso o mesmo dentro de mim:

Fogos de artifícios com paus pequenos!

E o hipocampo minado de meus pensamentos

Não obstaculizam o norte dessa liberdade,

Exagero? Não sei se durará, mas creio ser louvável.

Encerro descurando os testemunhos malfadados

Não os aceite, gentil ledor, são impostos de desuso.

Kadja Ravena
Enviado por Kadja Ravena em 24/01/2008
Reeditado em 26/02/2008
Código do texto: T831144